Para os Professores!

O Professor como Animador de Inteligências


Você considera seus alunos inteligentes? Já observou se eles pensam bem antes de responder a uma questão mais elaborada? Costumam compreender, interpretar e assimilar o conteúdo recebido, com certa facilidade? O que significa ser inteligente? O vocábulo “inteligência” vem da junção de duas palavras latinas, inter “entre” e eligere “escolher”. No sentido amplo, inteligência é a capacidade cerebral pela qual conseguimos compreender as coisas a partir da escolha do melhor caminho. Entretanto, no sentido mais restrito, podemos dizer que inteligência é a capacidade de resolver problemas novos por meio do pensamento. De certo modo, isso concorda com o ensinamento geral da Bíblia sobre o assunto: Deus nos fez com a habilidade de nos adaptarmos às novas situações e problemas da vida. Ele nos criou com a competência de pensar. Por isso, em sala de aula, devemos oferecer aos nossos alunos a oportunidade da iniciativa, criatividade e esforço próprio, sem os quais, jamais desenvolverão amplamente sua capacidade cognitiva  -  imprescindível à aprendizagem.

Quem é o aluno inteligente?


Você é capaz de identificá-lo? Ele está em sua classe? O aluno inteligente não é somente aquele que aprende com facilidade, mas também o que se adapta às situações inéditas e problemas da vida. Ele pensa reflexivamente e exprime suas opiniões e idéias com clareza e exatidão. É aquele que está sempre pronto para aprender coisas novas, conforme ensinou Francis Bacon, “um homem inteligente consegue criar mais oportunidades do que ele encontra.”

 
Por que animador de inteligências?

A pedagogia moderna diz que ensinar é fazer pensar, é estimular para resolução de problemas. Portanto, o mestre deve estimular o educando a pensar por conta própria. Ou seja, produzir pensamentos novos por sua própria vontade e esforço. Não se sabe bem por que, mas há professores, tanto na educação secular quanto na cristã, que não propiciam a seus alunos a oportunidade de pensar com autonomia. O Mestre dos mestres não agiu desse modo! Jesus sempre estimulou seus discípulos a pensarem por meio de perguntas inquiridoras e situações que requeriam profunda reflexão. Seus questionamentos indiretos exigiam que os discípulos comparassem, examinassem, relembrassem e avaliassem o que havia aprendido. Ao ensinar a multidão por meio de parábolas, sua intenção nunca foi a de confundir seus ouvintes, mas, sim, de estimulá-los a descobrir o significado das palavras que Ele proferia.

Ao longo de alguns anos venho enfatizando que o professor não é apenas um transferidor de informações e conhecimentos. Sua principal função, segundo Gardner, é animar, estimular, despertar as potencialidades e as múltiplas inteligências de seus alunos. Contar histórias para crianças é uma excelente técnica de ensino, mas por que terminá-las sempre? O ideal é que a criança interaja com a história contada, apresentando o final dela ou trechos que pressuponham continuidade.

Incentive a construção do pensamento


Outra prática interessante é incentivar os alunos a recontar a lição com suas próprias palavras, oralmente ou por escrito. Isso faz com que apreendam e assimilem o pensamento central do conteúdo de ensino com mais facilidade. O professor não deve formular perguntas com respostas óbvias. O correto é elaborar questões que lhes permitam refletir criticamente em mais de uma possibilidade de resposta. Na procura pelas melhores e mais adequadas respostas, os alunos ponderam, analisam as experiências anteriores e buscam novas informações que os ajudam a esclarecer, explicar e validar a nova experiência de aprendizagem.

O aluno que pensa com autonomia tem iniciativa, determinação, e está apto para colaborar com o professor e partilhar seus conhecimentos com os colegas. Pensar é aprender a ser livre, responsável e honrado. É duvidar, questionar, não de forma altaneira, orgulhosa, presunçosa, mas visando o bem comum. Pensar não é repetir ou simplesmente reproduzir. É ativar o que de nobre há no ser humano, porque pensar é também sentir, intuir. Acerca disso, advertiu-nos o educador norte-americano, John Dewey: “O objetivo da educação devia ser ensinar a pensar, e não ensinar o que pensar”.


Nossos alunos não são “mentes vazias”


O professor deve abandonar a retrógrada postura de não reconhecer os saberes de seus alunos, uma vez que trazem consigo os conhecimentos adquiridos em outras situações de aprendizagem, vivências e experiências. Conforme afirmou David Ausubel, “o fato singular mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece”.

Grande parte do que o mestre ensina e pratica em classe não é de sua própria lavra ou propriedade intelectual. Nossos alunos não são “mentes vazias”! Não são recipientes ou bancos de dados, ao contrário, são seres pensantes, criativos, imaginativos, extraordinários. Pensam o tempo todo enquanto recebem nossos conteúdos e instruções. Possuem conhecimentos bíblicos e gerais que precisam ser valorizados e compartilhados. O mestre da Escola Dominical precisa estar atento para essa realidade. Não há mais como “esconder as cartas na manga” à maneira dos “experts” do passado que monopolizavam a informação para se mostrarem superiores a seus alunos. Hoje, a tecnologia de ensino não é mais a informação, e sim, a comunicação. E o professor... bem... o professor assume um papel mais relevante: animador de inteligências coletivas.    


Marcos Tuler é pastor, pedagogo, escritor, conferencista e Reitor da FAECAD (Faculdade de Ciência e Tecnologia da CGADB)




  • Principais elementos da Educação Cristã

    Objetivos e desafios que regem a prática do ensino bíblico

    Neste sucinto artigo vejamos algo dos elementos promotores da educação cristã. Esses pontos tratam do campo de ação educacional de que se ocupa este periódico – a Escola Dominical; isto do ponto de vista do educador, do professor, bem como do educando, do aluno.

    Liderança da educação

    A Bíblia – a Palavra de Deus – desde o remoto passado adverte: “Não havendo sábia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança”, Pv. 11.14. O ensino das Sagradas Escrituras como ministrado na Escola Dominical precisa sempre atentar para isso com oração perseverante. Quem administra a educação cristã, seja na igreja, seja em educandário, deve, conforme está escrito em 2Timóteo 2.2, ser não somente fiel, mas também idôneo, isto é, qualificado, competente, a partir da sua vida espiritual, quanto aos seus aspectos internos e externos. Deve também ser uma pessoa sadia na fé e biblicamente ortodoxa e conservadora, como tanto preceitua o Novo Testamento quando trata da igreja e sua missão.

    Livro-texto normatizador do ensino religioso

    É a Bíblia acima de tudo, inclusive de todos os outros livros e demais fontes de consulta, que o professor costuma lançar mão. Recomendamos aos dirigentes e mestres de nossos alunos de todas as idades a lerem com bastante reflexão as seguintes passagens do Santo Livro: Salmo 119.160; João 17.17; Esdras 7.10; Neemias 8.7-9 e Atos 17.11. 19

    O currículo escolar do material de ensino utilizado

    Que seja um currículo cujo conteúdo em seus desdobramentos glorifique a Deus e honre em todo tempo as Sagradas Escrituras. Em suma, que seja um currículo bíblico em seus fundamentos; sabiamente dosado em seus assuntos; atualizado às necessidades diversas dos alunos; graduado quanto à etariedade dos alunos, e formador do caráter cristão ideal, conforme vemos no Sermão da Montanha (Mt. 5-7); 1Coríntios 13, Romanos 12 e em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (ARA). É em nosso caráter, demonstrado em nosso viver, que ocorre aqui a nossa transformação gradual, como está escrito em 2Coríntios 3.18: “Somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.

    Os objetivos gerais do ensino da Palavra de Deus

    Este é outro elemento principal da educação cristã. Qualquer observador, mesmo leigo, sabe que quaisquer empreendimentos aqui, sem objetivos definidos a atingir, estão fadados ao fracasso sem longa tardança. Na educação cristã popular da igreja, alguns desses objetivos gerais são:

    Conhecimento da Bíblia como a Palavra de Deus para nós. “Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo”, Sl 119.98 (Ler também João 8.32 e 1Pedro 3.18).

    Salvação

    Sim, a salvação individual do instruendo. Jesus salva e também cura, liberta, batiza no Espírito Santo, e está voltando para levar os seus a qualquer momento. Ler João 8.32; Tiago 1.21; 2Timóteo 3.15 e Salmo 51.13. Esta é a grande boa-nova que temos para anunciar ao mundo inteiro, que Jesus salva o pecador, mediante a fé que Ele mesmo concede, para que o homem não tenha de que se gloriar.

    Crescimento espiritual do crente
    Este deve ser outro abençoado objetivo de quem ensina na Casa de Deus. Um crente que não cresce na vida espiritual, enfrenta muitos problemas resultantes do seu nanismo na fé cristã. Qualquer um pode ver isso em Efésios 4.12-16. Um cristão subdesenvolvido na vida cristã pode chegar ao ponto de abandonar a Cristo e a igreja, e a seguir, acusar os outros pelo se fracasso. Ler com reflexão: 1Pedro 2.2,5 e Tito 3.5.

    Treinamento para o serviço do Senhor

    Deus não nos quer somente para sermos seus filhos mediante a salvação em Jesus Cristo. Ele também nos quer para sermos seus servos fiéis, para aqui, realizarmos o trabalho que Ele nos confiar. Trata-se de um privilégio sem igual. Todo crente deve servir continuamente 20 ao Senhor na sua santa causa, conforme Ele dirigir e capacitar (2Timóteo 2.15; 3.17).

    Outro objetivo geral da educação cristã é levar o crente a sempre buscar renovação espiritual, conforme os seguintes textos bíblicos: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus”, 2Co 4.5 e “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavragem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”, Tt 3.5.

    Objetivos permanentes de cada lição

    Além dos objetivos gerais do ensino na igreja, não esqueçamos dos objetivos específicos de cada lição ministrada. Esses objetivos são, na prática três, a saber:

    A) Que o aluno aprenda intelectivamente a lição. Isto é, que entenda, que compreenda a lição ensinada. Este objetivo visa o poder intelectivo latente em cada aluno, em cada ser humano. É a cognição.

    B) Que o aluno sinta algo de Deus quanto ao que aprendeu da lição ensinada. Isto é, que tome e assuma novas e benditas atitudes quanto ao que acaba de aprender. Este objetivo visa o poder afetivo do aluno, a sua afetividade. Atitude assumida sem prazer durativo, não prevalece.

    C) Que o aluno pratique algo que aprendeu na lição bíblica ministrada pelo professor. Este objetivo específico visa o poder volitivo do aluno, para sua mudança de conduta, mudança de vida para melhor.

    Desafios à educação cristã nestes últimos dias

    No Salmo 11.3 está escrito: “Na verdade, que já os fundamentos se transtornam; que pode fazer o justo?”. Que diremos nós hoje, nestes dias em que todos os legítimos fundamentos estão rapidamente se arruinando no mundo moral, social, político e espiritual?

    Vejamos a seguir alguns desses “fundamentos” ou alicerces espirituais. Os demais fundamentos não cabem num artigo pequeno como este.

    A) O alicerce da fé invicta em Cristo (Rm 1.16-17 e Lc 18.8). “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”, Jd 20. Essa santíssima fé, está, na igreja, sendo substituída por outras coisas que depauperam terrivelmente a vida de muitos crentes.

    B) O alicerce da doutrina cristã. Ler e refletir em 1Timóteo 4.6; Tito 2.8 e 1Coríntios 14.26.

    C) O alicerce da santificação; da retidão; da justiça; do direito (no sentido bíblico). Ler Hebreus 12.14 e 1Tessalonicenses 3.13.

    D) O alicerce das convicções cristãs sólidas, inabaláveis, embasadas firmemente na Palavra de Deus. Isso também vem ruindo, principalmente nas igrejas modernistas e praticantes de mundanismo. O apóstolo Paulo sofria os efeitos dos conflitos espirituais, mas demonstrava ser sólido na sua fé. “Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia”, 2Tm 1.12. O mestre cristão precisa atentar que nestes últimos dias, conforme registra em 1Timóteo 4.1 e 2Timóteo 3.1, haverá tempos trabalhosos e “entre vós haverá falsos doutores” (2Pd 2.1). Trata-se de uma advertência profética da Palavra de Deus. Muitos que hoje estão abraçados às heresias, nunca pensaram que assim fariam; no entanto o fato aconteceu. Tomemos cuidado para que o Senhor quando voltar nos encontre como fiéis servos seus.

 Métodos e acessórios de ensino


  • Métodos de ensino são modos de conduzir ou ministrar a aula e o ensino que se tem em mira. Método é um caminho na ministração do ensino pelo professor, para este atingir um determinado alvo na aprendizagem do aluno. Portanto, o método não é um fim em si mesmo. O professor deve conhecer a fundo não só aquilo que vai ensinar, mas também como ensiná-lo. É aqui que os métodos e os acessórios de ensino são de grande utilidade.

    Finalidade dos métodos de ensino

    É adaptar a lição ao aluno. Nunca o contrário. Os métodos de ensino atuam nos sentidos físicos do aluno.

    O uso dos métodos de ensino


    Uma aula apresenta normalmente uma combinação de dois ou mais métodos. Nunca um só. Jesus ensinou usando métodos. Seguiremos seus passos no estudo dos métodos. Métodos somente não resolvem. É preciso que o professor (ou o obreiro cristão em geral) tenha também duas outras coisas – a mensagem dada por Deus, e a vida vibrante pelo Espírito Santo. O Mestre Jesus tinha as três coisas: MÉTODO (que comunica), MENSAGEM (que ensina) e VIDA (que conserva). Você pode preparar um trabalho, um sermão, um estudo bíblico, a lição bíblica etc, com todo carinho, esforço e boa vontade, mas somente Deus pode dar a mensagem cheia de vida espiritual.

    A escolha e combinação dos métodos de ensino

    Depende de vários fatores, como:

    • O grupo de idade, o qual tem suas características próprias, físicas, mentais, sociais e espirituais.
    • O material que vai ser utilizado
    .
     
    • O tempo de duração da aula. O preparo da aula é calcado no espaço de tempo que se terá e de conformidade com a idade dos alunos.
    • As instalações de ensino da escola
    . Não se pode aplicar um determinado método sem haver condições para isso.
    • O conhecimento do professor. O conhecimento que ele já tem do assunto em mira, bem como o das leis de ensino e da aprendizagem.
    • Os objetivos da lição do dia
    . Isso deve muito influir na escolha dos métodos de ensino da lição pelo professor.

    Os métodos de ensino

    Os métodos de ensino afetam os sentidos físicos, os quais são meios de comunicação da alma com o mundo exterior. É por meio deles que ela explora o mundo em volta de si, bem como recebe suas impressões.

    A)
    Método de Preleção. Também chamado expositivo (Mt 5.1-2 e Lc 4.22). Nunca deve ser usado só. Em combinação com outros métodos, como Jesus usou, é de grande valor no ensino. Sozinho, tem mais desvantagens do que vantagens. Nem sempre falar quer dizer ensinar! É praticamente nulo com os infantis (Não confundi-lo com o método da Narração, que veremos logo mais).

    B)
    Método de Perguntas e Respostas. Também conhecido por Método Socrático, por ter sido largamente 19 usado por Sócrates. Por exemplo: Mateus 22.42-45, encerra quatro perguntas de Jesus.

    Vantagens deste método:
    • Serve como ponto de contato entre o professor e o aluno.
    • Ajuda a medir o conhecimento do aluno. Como o professor pode saber se o aluno entendeu a verdade ensinada? (Ver Mateus 13.51; 16.9-12; 22.20; Marcos 13.2).
    • Desperta o interesse. É, portanto um método utilíssimo para o início e fim de aula. Jesus iniciou uma palestra com um doutor, perguntando: “Como interpretas a lei?”, Lc 10.26. Felipe, o evangelista, iniciou sua fala com o alto funcionário de Candace, perguntando: “Compreendes o que vens lendo?”.
    • Estimula e orienta o pensamento. Uma pergunta bem feita leva de fato o aluno a pensar (ver Mateus 9.28).

    É preciso técnica na formulação de perguntas. Observe isto:

    • Faça perguntas resumidas e claras. • Evite perguntas cujas respostas serão sim ou não. Exemplo de pergunta errada: “Jesus mudou água em vinho, em Caná da Galiléia?” A pergunta correta seria: “Que milagre fez Jesus em Caná da Galiléia?”.
    • Ao lançar uma pergunta, você como professor:
    1) Dirija-se à classe toda.
    2) Faça uma pausa de 5 a 6 segundos para que todos pensem na resposta.
    3) Em seguida, chame um aluno pelo nome para respondê-la. Evite seguir uma ordem exata na chamada dos alunos.
    4) Dê importância à resposta certa. O método de perguntas e respostas leva o aluno a participar ativamente da aula. Pode ser usado em todos os grupos de idade. Aos alunos de mais idade, o professor deve mostrar a diferença entre perguntar para querer saber, e simplesmente especular.

    C)
    Método de Discussão. É também chamado Debate Orientado. A sequência na condução do Método da Discussão é: pergunta, seguida de argumentação, seguida de análise, seguida de resposta (Lc 24.15-27,32; At 17.3,17; 18.4; 19.9). Para discutir um assunto, subentende-se que os alunos já têm informação sobre o mesmo. O professor precisa manter o equilíbrio da argumentação e não permitir que o tema seja desviado, ou que um aluno fale mais tempo que o estritamente necessário. Se o método não for habilmente conduzido pelo professor, resultará em desorganização, confusão e até aborrecimentos.

    D)
    Método Audiovisual. Os registros mais antigos das primeiras civilizações trazidos à luz pela arqueologia estão em forma visual, principalmente desenhos e esculturas. No método audiovisual, a mensagem que se quer transmitir é ouvida e vista, combinando assim dois poderosos canais de comunicação na aprendizagem. Ela atrai e domina a atenção, aumentando portanto a retenção. Os psicólogos ensinam que as impressões que entram pelos olhos são as mais duradouras. 20 Exemplos de Jesus utilizando esse método: Mateus 6.26 (“Olhai para as aves do céu”); Mateus 6.28 (“Olhai para os lírios do campo”); João 10.9 (“Eu sou a porta”); João 15.5 (“Eu sou a videira, vós as varas”); Marcos 12.15- 16 (“Trazei-me um denário. De quem é esta efígie?”); Lucas 9.47 (Tomou uma criança, colocou-a junto a si); Ezequiel 4.1 (Deus mandando Ezequiel gravar o perfil de Jerusalém num tijolo). Portanto, esse método utiliza material o mais variado. Seu emprego é de grande valor no setor infantil, mas também nos demais. Depende do emprego dosado.

    E)
    O Método de Narração. São as histórias. E nesse campo, nada suplanta a Bíblia. Jesus usou muito esse método, apresentando histórias em forma de parábolas, como em Mateus capítulo 13 (todo). A história é qual janela deixando a luz entrar. Na Bíblia, a maior fonte de história é o Antigo Testamento. Pode ser aplicado a todas as idades. A história, depois de narrada, precisa ser aplicada. Veja o caso de Natã ensinando Davi, em 2Samuel 12.1-4 e, em seguida, aplicando o ensino no versículo 7 do mesmo capítulo. O Novo Testamento também contém muitas histórias. A história é para a criança o que o sermão é para o adulto. Exemplos de Jesus usando o método de narração: • O Bom Samaritano (Lc 10. 30-37). • A Ovelha Perdida (Lc 15. 3-7). • As Dez Virgens (Mt 25. 1-13). • O Filho Pródigo (Lc 15. 11-32). Há muitas outras fontes de histórias além da Bíblia, como a natureza, as biografias, os fatos do momento etc. 1) Três distintas finalidades de uma história: • Usada como lição em si. • Usada como ilustração em apoio a um tema. • Usada como introdução de uma lição ou tema. 2) Três regras básicas para o êxito ao contar histórias: • Conheça de fato a história. • Mentalize a história, mesmo conhecendo- a. • Viva a história; isto é, “sinta-a” ao contá-la e dramatizá-la.

    F)
    O Método de Leitura (Lc 4.16 e Jo 8.6). O professor pode mandar os alunos procurar textos em suas bíblias e ler. Isto tem um valor maior do que se pensa. A leitura pode ser de outra fonte além da Bíblia.

    G)
    O Método de Tarefas. Esse é um grande método – aprender fazendo. Método ideal para crianças desde a mais tenra idade. A criança aprende de fato quando faz a lição, devidamente instruída pelo professor. Jesus, para ensinar certa lição a Pedro, usou este método (Mt 17.24-27). Outros exemplos: Mateus 17.16-21; Marcos 6.45-52; Lucas 9.14-17; João 9.6,7; 21 (o capítulo todo); Atos 17.11.

    Aqui estão incluídos:
    • Trabalhos de pesquisa.
    • Trabalhos de redação.
    • Trabalhos manuais (desenhos, esboços, mapas, montagens de lições ilustrados, figuras, labirintos, enigmas, palavras cruzadas).

    O professor, ao aplicar esse método, deve dar instruções as mais claras possíveis se quiser ver resultados satisfatórios.

    H)
    O Método Demonstrativo. É o método do exemplo, altamente influente e convincente. É ensinar fazendo. Jesus usou-o. Ele fazia antes de ensinar (Jo 13.15; At 1.1; 1Pd 2.21). É o método “faça como eu faço”. É o método do exemplo (Ed 7.10; Mt 4.19; 6.9; 11.2-5; Jo 13.15; 1Co 11.1). Os alunos precisam não somente aprender de Cristo, mas “aprender a Cristo” (Ef 4.20). Só é possível “aprender a Cristo” quando Ele tem expressão por meio da vida de alguém.
    As marchas e cânticos com gestos para os pequeninos têm grande valor aqui, assim como as dramatizações.

    Todos os métodos de ensino conduzem às duas coisas quanto ao aluno:
    impressão e expressão. Isto é, os métodos visam impressionar a mente e o coração do aluno, para levá-lo a expressar-se educativamente.

    Acessórios de ensino
    Alguns deles são:
    • Quadros, gravuras (especialmente os coloridos).
    • Flanelógrafos (de diferentes tipos).
    • Projetores de variados tipos (dependendo de custo e finalidades).
    • Retroprojetor.
    • Episcópio.
    • Transparências, eslaides educativos e de boa fonte, quanto à qualidade e conteúdo.
    • Mapas bíblicos para aula.
    • Livros de trabalhos manuais.
    • Lápis em cores, cartolina etc.
    • Modelos (do tabernáculo, do Templo de Salomão, de casas orientais etc).

    Texto extraído do livro Manual de Escola Dominical, do pastor Antonio Gilberto.
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Problemas que afetam o sistema de gerenciamento cerebral e prejudicam o ensino bíblico


INTRODUÇÃO
Deus nos criou plenos e com o potencial necessário para viver (Gn 1.26-31). Infelizmente, a queda — o fatídico acontecimento do Éden — trouxe as deformidades que assolam o universo (Gn 3.17,18; Rm 5.12). Desse episódio histórico até hoje, em todo o drama humano, somente o Senhor Jesus Cristo, o homem perfeito, dispôs de todo esse potencial do estado do homem em sua pré-queda. O evangelista Lucas, que era médico, destaca que o Mestre se desenvolveu harmoniosa e globalmente: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (2.52).

A rebelião humana trouxe, em sua esfera maior e grave, o rompimento na relação com Deus (Rm 5.12-19). Entretanto, suas conseqüências temporais e imediatas — catástrofes ou desastres naturais, enfermidades, miséria, políticas injustas e muitos outros males — acabam sendo muito mais sentidas e não deixam de ser um problema. Felizmente, em virtude de sua infinita bondade, o Senhor, através da graça comum — favores que, na economia divina, são dispensados a todas as pessoas, indistintamente, para a preservação da vida —, proveu-nos de capacidade para intervir em algumas áreas. O próprio Jesus falou que não “necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes” (Mt 9.12), deixando claro que a medicina é um empreendimento necessário.

Considerando que na queda nosso intelecto, emoções, sentimentos, enfim, todo o nosso ser foi comprometido (Jr 17.9 cf. Gn 3.1-24) e que essa “imperfeição inerente afeta o conhecimento tanto em sua aquisição como em sua retenção, e particularmente com respeito ao conhecimento de Deus (1Co 2.14-16)”
[i], que diremos acerca de pessoas que, além da dificuldade “comum”, relacionada ao fator espiritual, também possuem distúrbios que, neuro e biologicamente, as impossibilitam e/ou impedem de aprender?

I – TDAH – Uma síndrome que desfoca a mente de crianças e adultos

Sabe-se que a Educação Cristã é um trabalho conjunto realizado entre educadores cristãos e o Espírito Santo, tendo cada um o seu papel, não havendo, portanto, subtração (Mc 16.15-16; Ef 4.11-16). Partindo desse princípio basilar, conhecer o educando é parte da tarefa do educador. Conhecendo-o e cientificando-se das perturbações que prejudicam a aprendizagem, a fim de cumprir seu ministério de maneira excelente, é seu dever inteirar-se dos problemas relacionados ao universo educacional que, inclusive, vem sendo objeto de muitos estudos.


Ouve-se muito falar sobre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), contudo, em virtude das muitas e divergentes opiniões acerca do assunto, é bem possível que o educador cristão menos enfronhado acerca do fenômeno educativo fique com a opinião da mídia. Por haver várias controvérsias acerca das reais motivações por parte das reportagens televisivas, o mais recomendável é buscar informações seguras, neste caso em literatura especializada e em cursos e/ou seminários ministrados por profissionais habilitados na área.


Os primeiros estudos desse problema datam do início do século passado “quando um médico inglês, George Still, descreveu um conjunto de alterações de comportamento em crianças, as quais, segundo ele, não podiam ser explicadas por falhas ambientais, mas se deviam a algum processo biológico desconhecido até então”
. Entre 1916 e 1927, por conta de um novo “surto” de crianças que foram acometidas pela encefalite epidêmica de Von Economo, o problema despertou novamente o interesse dos pesquisadores. Eles observaram que os adultos que sofreram com essa encefalite, haviam desenvolvido como seqüela um “quadro parkinsoniano, ao passo que as crianças passavam a mostrar um quadro de hiperatividade e alterações do comportamento”.

A influência dessas primeiras observações e a falta das eficientes ferramentas de ressonância magnética levou os estudiosos a pensar - por muitos anos - que o TDAH (claro, que com outro nome para o distúrbio) era um problema comportamental. Logo, só as crianças e os adolescentes é que apresentavam esse quadro e, conseqüentemente, deveriam receber tratamento educativo. Apesar de haver essa opinião entre alguns círculos acadêmicos, atualmente o diagnóstico do TDAH como um problema bioquímico e neurobiológico - por conseguinte cognitivo - é a visão prevalecente entre a maior parte dos estudiosos.

Thomas E. Brown, professor assistente e clínico de psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Yale, afirma em seu livro Transtorno de Déficit de Atenção, que o TDAH é uma síndrome, ou seja, “um grupo de sintomas que têm a tendência de aparecer juntos” Entretanto, “não é doença; é um transtorno que está relacionado bem de perto com as experiências diárias”, pois, na verdade, a pessoa portadora da síndrome pode desempenhar muito bem inúmeras atividades. O problema parece estar relacionado à desfocalização da mente no momento de desempenhar aquelas tarefas que, a despeito de serem importantes, não lhes interessam. Apesar de os problemas com a síndrome serem “diferentes em idades diferentes”, com o avanço das pesquisas, hoje sabemos que este não é um fenômeno essencialmente infanto-juvenil, mas que uma parcela considerável de pessoas adultas apresenta semelhante postura. Na verdade, as estatísticas apontam um dado preocupante; cerca de 7 a 10 por cento da população mundial sofre com essa síndrome.

Por ser um assunto multidimensonal e complexo é bom saber algumas questões cruciais sobre essa síndrome, pois o problema tende a se agravar e até desenvolver co-morbidades - a agregação de outros transtornos -, ocasionadas por acusações e cobranças da parte dos pais e professores, visto que mesmo com todas as descobertas sobre o distúrbio, muito preconceito e mito ainda persistem (por exemplo, afirmando ser este problema falta de “força de vontade”) fazendo com que o transtorno se torne um verdadeiro suplício para o portador, principalmente criança ou adolescente.

II – Descrevendo o problema
É ponto pacífico entre os cientistas da educação o fato de que o desempenho das funções mentais superiores, dependem do correto desenvolvimento e funcionamento do cérebro. No campo da psiquiatria, esse mesmo processo é conhecido como “gerenciamento cerebral”, tendo as funções cognitivas chamadas por neuropsicólogos de “funções executivas”. Doutor Brown apresenta seis blocos com as principais funções e resume o que chamamos de TDA ou TDAH:

1. organização, priorização e início de uma ação;
2. foco, sustentação e mudança da atenção;
3. regulação do sentido de alerta, esforço sustentado e determinação da velocidade do processamento;
4. administração da frustração e modulação das emoções;
5. utilização da memória de trabalho e acesso à habilidade de recordar informações; e
6. monitoramento e auto-regulação das ações.

Essas funções cognitivas interagem e se juntam para formar o sistema de gerenciamento da mente. As dificuldades crônicas nessas funções constituem aquilo que chamamos de “síndrome de TDA”


O desafio para o portador do TDAH é justamente a auto-administração ou o autogerenciamento dessas funções, ou seja, sua ativação e administração no tempo certo e de maneira correta. Mesmo com esse entendimento das funções executivas, conhecer o processo elementar do funcionamento do cérebro ou suas interconexões é o mínimo que se requer para poder vislumbrar um pouco melhor as implicações do TDAH. De maneira bastante sucinta e panorâmica, Thomas Brown diz que cada indivíduo pode somente usar aquilo que está sendo disponibilizado pelas suas redes neurais. Se as redes neurais para as funções executivas estão comprometidas, como é o caso dos portadores de TDA, então aquele indivíduo pode estar proporcionalmente debilitado no gerenciamento de uma enorme gama de funções cognitivas, independentemente do quanto possa estar desejando o contrário.

Existe atualmente considerável evidência de que as pessoas apropriadamente diagnosticadas com TDA sofrem de dificuldades significantes nas funções executivas do cérebro. Essas funções não estão todas localizadas em uma única área do cérebro; estão descentralizadas, com muitas delas sendo apoiadas por redes complexas dentro do córtex pré-frontal. Alguns componentes essenciais das funções executivas são apoiados pelas amígdalas e por outras estruturas subcorticais, enquanto outras funções executivas dependem da formação reticular e de porções do cerebelo, localizadas na região posterior do cérebro.

As redes neuronais complexas unem as várias estruturas no cérebro que mantêm as funções executivas. As rápidas mensagens de input e output viajam por essas redes através de impulsos elétricos de baixa voltagem que podem atravessar todo o sistema em um tempo menor que um milésimo de segundo. O movimento eficiente desses impulsos elétricos através da rede depende da rápida liberação e recaptação de neurotransmissores químicos, que transportam as mensagens através da sinapse, ou das conexões através dos neurônios, em um processo parecido com o salto da faísca de uma vela de um motor de automóvel.Para que esse trabalho seja feito, cada um dos 100 bilhões de neurônios no cérebro depende de uns 50 ou mais neurotransmissores químicos produzidos no cérebro. Sem a liberação e captação eficientes do necessário neurotransmissor químico, aquela porção da rede neural não consegue transportar eficientemente suas mensagens. Existe atualmente considerável evidência de que as funções executivas do cérebro debilitado no TDA dependem primariamente, não exclusivamente, de dois transmissores específicos: dopamina e norepinefrina.


Cientes de que o TDAH “é um problema essencialmente químico, mais especificamente, uma dificuldade no sistema químico que apóia a comunicação rápida e eficiente no sistema de gerenciamento do cérebro”, prossegue Brown em sua explicação, dizendo que assim “como o diabetes é uma doença que reflete dificuldades no processamento de insulina no corpo, a síndrome do TDA é um transtorno que reflete as dificuldades no processamento do cérebro da dopamina e da norepinefrina”


A dopamina produz a “química da motivação” e tem importância fundamental dentro das redes neurais, pois os seus duplos circuitos “desempenham um papel crítico na mobilização e sustentação do esforço para fazer com que o indivíduo consiga aquilo que quer ou precisa”, em outras palavras, se a “dopamina não é liberada nessas áreas críticas, o cérebro pode não experimentar motivação para trabalhar, mesmo por recompensas de prazer”! Não é incomum encontrarmos pessoas adultas que protelam o quanto podem a realização de determinada tarefa, tendo então que cumprir com seus deveres, às pressas, na última hora. Isso implica, na maioria dos casos, em não apresentar resultados excelentes ou otimizados.

A outra química essencial ao funcionamento e ativação perfeitas do cérebro depende da norepinefrina, pois o problema de desatenção e sonolência está relacionado ao não-funcionamento ou a distribuição reduzida deste “neurotransmissor químico primário no sistema reticular e no locus ceruleus
O que acontece é basicamente o seguinte: quando o “locus ceruleus entra em funcionamento, distribui norepinefrina através da sua ampla rede de conexões, alertando e aumentando a excitação em sua difusa rede neural”; isso significa que a “operação eficiente das funções executivas ‘ativando para tarefas’ e ‘regulando o estado de alerta’ depende do funcionamento do sistema reticular e do locus ceruleus, entre outros”.


É digno de nota destacar que o “desenvolvimento dos circuitos do cérebro que apóiam as funções executivas é fortemente influenciado por fatores genéticos, mas os fatores ambientais desempenham também um papel importante”
. Evidentemente que com o passar do tempo, em virtude da própria degeneração biológica, estilo de vida e o estado geral da saúde, haja perda “natural” da qualidade química entre as conexões. Isso não significa que a pessoa tenha “adquirido” ou “desenvolvido” o TDAH.

III – Diagnosticando o problema

A curiosidade — ou a tendência amadora de achar que entende de tudo — é extremamente negativa em todas as áreas, porém, quando se trata de saúde, as “experiências” frustradas quase sempre resultam em grandes danos. Em se tratando de problemas neurobiológicos — que se manifestam majoritariamente através do comportamento —, é comum querer “diagnosticar” ou “avaliar” as pessoas (filhos, cônjuges, conhecidos) ou até mesmo se auto-avaliar.


Quando se fala de alguns sintomas da síndrome do TDAH, é comum ver as pessoas dizerem: “Eu tenho esse problema, pois ajo exatamente assim”. Porém, a síndrome do TDAH difere da desatenção normal, em aspectos, muitas vezes, imperceptíveis a nós. Outra questão é o fato de achar que todo portador dessa síndrome é mal comportado, inquieto e agitado. Muitos casos, e nesses sim, a síndrome não possui o “agá” no final, pois é caracterizado pela reclusão e introspecção da pessoa, sendo então o mais correto dizer Transtorno de Déficit de Atenção — o TDA.


Como não há um único exame de sangue ou ressonância magnética que possa confirmar ou descartar um diagnóstico de TDAH, em todos esses casos é imprescindível que o veredicto parta de um médico especializado que, após uma longa conversa com a pessoa, saiba distinguir o TDAH de outros transtornos. Nessa entrevista, que dura em torno de duas horas, o profissional questiona sobre a “história e a natureza das situações atuais da vida, bem como as experiências anteriores de vida do paciente, notando a presença ou ausência de padrões de dificuldades na escola, trabalho, vida familiar e relacionamentos sociais”.

IV – A importância dos educadores cristãos

Estudiosos afirmam que é de grande importância o trabalho de observação realizado pelo professor. Principalmente se a criança só possui esse professor, pois ele pode “descrever as respostas da criança a tipos diferentes de tarefas, e pode comparar o desempenho de uma determinada criança com um grupo de outras crianças”.


Mesmo que a criança só tenha contato com o professor de ED no final de semana, é possível observar o seu comportamento e, caso seja necessário, orientar e/ou comunicar os pais.


Um outro desafio para o professor de ED, é o chamado mistério da desatenção. Ou seja, como os portadores do TDAH, podem prestar a atenção em algo que lhes interessam, mas não conseguem manter o foco em muitas outras áreas que são, mesmo que não reconheçam, importantes?

O professor deverá buscar entender o seu aluno, seus anseios, problemas e então planejar seu trabalho educativo. E mais, o ensino bíblico terá que ser envolvente para que seja objeto de interesse do educando portador do TDAH.


V – O que os pais podem fazer
Primeiramente os pais devem pensar em construir um ambiente de apoio ou uma estrutura de sustentação. Arthur Robin (1998) apud Brown, aponta algumas orientações básicas para facilitar o relacionamento dos pais de adolescentes com TDAH:

· facilite a busca apropriada por independência;
· mantenha supervisão e estrutura adequadas;
· estabeleça regras básicas para o comportamento na sua casa e reforce-as consistentemente;
· negocie com seu adolescente todos os problemas que não estão relacionados às regras básicas;
· use as conseqüências de maneira inteligente para influenciar o comportamento do seu adolescente;
· mantenha boa comunicação;
· considere sempre a perspectiva da incapacidade e pratique o perdão;
· concentre-se no lado positivo das coisas. (p.307)


É sabido que se os pais proporcionam um ambiente de fixação interpessoal desde a infância, a “sintonia”, ou seja, essa interação emocional existente no lar auxilia, e muito, no que Siegel apud Brown, chama de “desenvolvimento físico do cérebro”. No entanto, se como mostram as pesquisas, a maioria dos portadores do TDAH, são filhos de pessoas que também padecem com essa síndrome, então na realidade, toda esta família necessita de auxílio.

CONCLUSÃO
Há ainda um longo caminho a ser trilhado no conhecimento da síndrome do TDAH. Existem algumas restrições e cuidados com o tratamento medicamentoso, porém, se o problema é realmente químico, e não psíquico ou comportamental, então nos parece ser o caminho mais certo para a melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas. Isso, porém, não descarta o fato indiscutível de que um acompanhamento psicológico e pedagógico deva ser feito. Além do mais, é sempre bom saber que em diferentes organismos os medicamentos têm diferentes reações, logo, eles podem não surtir efeito semelhante e ter a mesma eficácia em todas as pessoas.  

Entretanto, como essa síndrome é, por enquanto, considerada incorrigível — pois só pode ser controlada ou amenizada — existe uma outra possibilidade. Nós que sabemos que Deus pode curar devemos pedir a Ele que realize um milagre, pois com sua infinita misericórdia e bondade, nos atende e abençoa.